quinta-feira, 30 de junho de 2011

Extraordinário: A ascensão

Que movimento é esse que levanta o dia? Mal calculado entre as horas normais, essa vastidão, esse correr do tempo como se ele fosse uma coisa única a nos controlar sem que o saibamos e fatal a qualquer decisão. Porém, olha o passar das nuvens condizendo com o que se dá com o mundo, o minuto seguinte, a escolha certa em detrimento do capricho ou da desafortunada consequência.

Por que a teoria nos diz que há uma facilidade nas coisas que nós complicamos? De que maneira deixamos de olhar ao redor como se deve, o que há de obscuro que deixa nossos olhos a seguir esse raciocínio? Que falta a nos deixar plenamente felizes?

Quanto dura o fascínio de uma noite? Se mal gasta o horror de uma vida, as coisas transmutam, não tem uma morte assim como nós, os objetos do nosso afeto passam a um só tempo a ser aquilo que mais detestamos, por força daquilo que também nos tornamos pra elas.

Desejo subir, desejo ter tudo que se precisa e ser feliz. Abstenha-se desse último detalhe e podemos conquistar tudo de que nos falam e mais nada, a felicidade não é vendida em frascos em lugar algum. O que são essas promessas se nos desviam do nosso objetivo?

Hei de ser feliz pelo menos esse momento, em que não penso em ser grande nem pequeno, ou nem ao menos penso, só desejo, ou nem isso, sou e sinto plenamente que nada do que está a se passar comigo agora possa mudar ou se perder.

domingo, 26 de junho de 2011

Próxima cena: Vivere

Manhã,

O que precede esse dia são doces sonhos que me arranhavam de cima a baixo, cicatrizes que não marcaram a pele, ultrapassando-a, quisera, pegando os órgãos.

Tal sua intensidade, despertavam inesperadamente, se esquecendo e transbordando a qualquer movimento em falso, flutuando como se o despertar não limitasse as obras do sono, eterno reflexo dos mistérios da mente.

Tarde,

Lá vou eu, te encher de vontades e idéias, riscadas às pressas...

Noite,

Em que se abre a ternura de uma vida salpicada de ameaças cruéis.

Propensas ao combate, não usam de nada que ultrapasse o terreno das possibilidades, incitam, provocam, dão mil motivos para o medo cobrir o corpo e o pensamento não se projetar no amanhã.

São de fácil derrocada, em teoria, difíceis de desarmar quando dentro das realidades comuns ao cotidiano.

Ser humano como e até quando?

Fugaz é o tempo de espera pela morte ao prevê-la em toda parte, demorada se esquecida; faz valer a vida o instante que se soma, e mesmo que perdido, não lhe falta sentido, ou força a completar de significados o que ficamos a deduzir que haja dormente ou mesmo aquilo que acende por dentro das coisas.

Madrugada,

Recheada das promessas das horas que se foram e virão, eis a madrugada, estendida página a que nos permite traçar planos, pontilhar sonhos e conduzir a marcha como a dança.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Festa!

Alegria e um pouco de fumaça,


Toda graça da vida sugere uma porção de nomes,
Seja de pessoas ou coisas,
Abstrações, formas e cores a nos tentar.

Seja qual for a palavra escolhida
Não retrata a qualidade da essência
Por nós definida

Uma noite, alguém, gestos, todos esses significados
Falta sentido, e não falta nada.
Tudo é carregado de grandeza,
Basta atiçar as fagulhas soltas por aí,
Dar razão pra festa!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dos bastidores: Uma Luz que Recubra a Escuridão

Assaltados pelos movimentos inocentes da vida, da qual mal suspeitamos a livre ação, em meio a tantos acontecimentos que não casam, nem se relacionam de forma fácil, esperamos ser erguidos por não sei que força externa, como um milagre em dia santo, para a perfeita conclusão da estada na Terra.

Porém percebemos o quanto de nós deixamos que falte a este mundo repleto, em que não há somente as manchas da desgraça a se propagar nos corpos descrentes de tudo à sua volta? O quanto falta em termos de percepção, é inexato. Garanto, que muitas vezes olhamos algo sem ao menos contemplar a verdade da sua existência, e isto é repetitivo, como conceitos quase maníacos que são passados adiante como não são as boas palavras.

Caros, a curiosidade que aqui vos traz não é menor que aquela que se lhes apresenta em inúmeros outros momentos, o que dificilmente fica é essa iniciativa de trazer para a realidade o que lhes encanta. Por que deixar morrer o projeto da construção da ponte entre o desejo e sua conquista? Qual sinal é preciso para que saibamos enfim o que é preciso ser feito, embora saibamos as instruções de cor, onde está a atividade necessária para a transformação?

Em cada sorriso, um brilho reacende a luz ausente nos dias. Saibamos sorrir, mesmo que... Possamos completar uma frase com coisas ruins, é muito fácil fazer o que todos fazem, é preciso rir para vencer o medo que espreita, a agonia do passar das horas, e as tragédias nossas cada qual a sua maneira, para tornar o que somos algo bonito aos nossos olhos. Que percebam a luz, e nela se confundam...

Neste local a alegria é obsessão, e por mais tenebrosa que a minha voz pareça o que ela fala não é tão agressivo assim.

E aqui vos deixo.

sábado, 4 de junho de 2011

Trecho do monólogo de abertura, parte da grande estréia

"Nem toda idéia é centrada num sentido simplificado das questões que envolve, não conheço estudos que sejam voltados para os mecanismos de sua ação e desenvolvimento, portanto, não qualifico este local de nenhuma ordem em específico, por tratar-se de muito mais do que eu imagino, no momento em que passo a conceber o que é preciso compartilhar e não se enquadra em nenhuma predeterminação,..."